Assim como em 2009 que foi o primeiro ano de uma grande cheia no município de Barreirinha, a elevação das águas nos últimos dias, preocupa principalmente quem mora nas áreas baixas da cidade que mesmo com o levantamento do greide das ruas, as casas que não tiveram o piso ou assoalho levantado, estão indo para o fundo.
Naquela época centenas de famílias tiveram suas casas invadidas pelas águas do Paraná do Ramos e do Rio Andirá, uma série de transtornos ocorreram no município. Em 2009, Barreirinha ficou com cerca de 90% submersa, somente a rua Militão Dutra (Centro) não alagou na sede da cidade, na Zona Rural as aulas foram suspensas, mais de 18 mil famílias foram atingidas, segundo dados da Defesa Civil Estadual.
Barreirinha construída em área de várzea
A cidade de Barreirinha foi construída em uma área de várzea e praticamente em quase todo período chuvoso as casas ficam debaixo d’água. Bairros como Ulisses Guimarães, São Judas Tadeu, Ladislau Lucas e Nova Conquista são um dos primeiros a sofrerem com esse fenômeno da natureza.
Em decorrência das últimas cheias muitas famílias já aumentaram suas residências para tentar escapar da enchente que prejudica o cotidiano do barreirinhense.
Este ano na zona urbana, a enchente está diferente devido à cidade ter recebido melhorias do poder público, através do levantamento do greide (aterro) nas ruas. O impacto da cheia de acordo com moradores ouvidos pela reportagem é de que não é preciso andar por cima de pontes, pois o fluxo de veículos e pedestres nas ruas aterradas suportam o tráfego.
Nas áreas baixas da cidade, os moradores sentem dificuldades em transitar e na medida do possível a Prefeitura através do setor de obras e Defesa Civil municipal auxilia as pessoas que precisam se deslocar nas ruas, como no caso da rua São Geraldo, parte da rua 31 de Março, algumas ruas do Bairro Nova Conquista, Praça da Bandeira, Porto do Pucu, Porto do 22, Hospital Coriolano Lindoso, entre outros locais da cidade.
Quem aumentou o assoalho de casa ou aterrou o piso, não está sentindo tanto os efeitos da enchente como conta a dona Raimunda da Silva, 47 anos, moradora do Beco São Geraldo, “Em 2009 nós fomos pegos de surpresa, mas este ano nos preparamos. Agora fica difícil sair de casa, porque tudo já está alagado. Nossa maior preocupação é com a aparição de jacarés. Tem aparecido muito jacaré por aqui”, disse.
O Mototaxista Albino Souza, diz ser muito complicado nesta época trabalhar nas ruas, em muitos lugares da sede municipal as ruas viram lagos, a motocicleta e a bicicleta dão lugar a canoas e rabetas.
“Na outra parte da cidade melhorou bastante porque aumentaram os greides das ruas, e está dando para trabalhar, mas aqui na rua São Geraldo para vim pra casa está sem condições de tráfego, conseguimos chegar em casa pelas pontes construídas pela Prefeitura, graças a Deus, mas se encher mais, muitas famílias vão ter que abandonar suas casas por conta do acesso e as dificuldades mesmo de infraestrutura”, disse o mototaxista.
Conforme o coordenador da Defesa Civil, Charles Duarte, existe uma força tarefa montada pelo município para ajudar os moradores neste período de cheia, principalmente para dar acesso aos moradores, “A construção de mais de 5 mil metros de pontes nas diversas áreas da cidade já foram construídas, mas estamos com toda a equipe da Secretaria de Obras e Defesa Civil, construindo pontes na área da Praça da Bandeira e nos demais locais que necessitam de pontes para dar acesso aos moradores”, explicou Duarte.
Ano Letivo 2022
Em Barreirinha as aulas das três escolas da rede estadual da sede estão com suas aulas paradas devido os educandários estarem com a estrutura invadidas pelas águas. O Coordenador Regional de Educação, Silas Camarão Bruce, anunciou na semana passada que as Escolas, Senador João Bosco, a primeira a ser invadida pelas águas, Padre Seixas e Maria Belém, estariam com suas atividades físicas paralisadas para as aulas presenciais, “Desde a semana passada quando a Escola Senador João Bosco foi atingida e que não teve condições de continuar as atividades, não tivemos outra alternativa, que foi de paralisar as aulas presenciais, mas estamos fazendo o trabalho nos moldes que foi trabalhado na pandemia, com a distribuição de apostilas e através de grupos de WhatsApp, isso para que não as aulas não parem e não deixem os alunos prejudicados”, detalhou o professor.
Na rede municipal de ensino, as aulas continuam normal, mas a redação do Barreirinha Em Destaque, em contato com o secretário de Educação do município, Márcio Rogério, foi informado que haverá uma reunião com o corpo técnico da Semed para deliberar sobre uma possível paralisação.