Na manhã desta sexta-feira, dia 2 de maio, o Vaticano deu um passo simbólico rumo a um dos momentos mais aguardados da Igreja Católica. Funcionários cuidadosamente instalaram a tradicional chaminé no telhado da Capela Sistina — aquele que, no decorrer do conclave, servirá para transmitir ao mundo o destino da Igreja. No próximo dia 7 de maio, os cardeais se reunirão em segredo para escolher o sucessor de Papa Francisco, e será por essa chaminé que o mundo saberá, em cada fumaça, qual será o próximo capítulo dessa história milenar.

A fumaça que sair do cano cor de ferrugem dirá tudo. Fumaça preta, o conclave ainda sem decisão; fumaça branca, o anúncio de um novo líder espiritual para os 1,4 bilhão de católicos ao redor do planeta. O gesto é simples, mas carregado de séculos de tradição. A chaminé agora se ergue acima das telhas de terracota da Capela Sistina, erguendo-se sobre as imortais pinturas de Michelangelo, testemunha silenciosa de tantas escolhas que moldaram o curso da fé.

Do outro lado da praça, milhares de fiéis aguardam, ansiosos. De cada movimento do fumo, eles esperam uma palavra. A praça de São Pedro será o palco da espera, o lugar onde a fumaça, ou a falta dela, dará forma ao futuro da Igreja. A morte de Francisco, no dia 21 de abril, lançou a Igreja em um estado de transição. O papa argentino, que comandou a Igreja desde 2013, deixa um legado profundo e um vazio que agora os cardeais terão que preencher. Desses, 133 estarão presentes para votar, e 80% deles foram escolhidos por Francisco — um detalhe que faz da escolha do novo pontífice uma reflexão sobre seu próprio pontificado.

Os últimos conclaves, em 2005 e 2013, tiveram um desfecho rápido, com o novo papa escolhido logo após o segundo dia de votação. Resta saber se este será igualmente breve ou se o processo se estenderá por mais tempo. A expectativa, em todo caso, está posta, e todos os olhos estarão voltados para aquela chaminé — simples, mas repleta de significado.