Barreirinha, no interior do Amazonas, é um município com aproximadamente 32 mil habitantes, segundo o último censo. Apesar de sua aparente tranquilidade, um problema alarmante vem crescendo de forma preocupante: o consumo de drogas entre os jovens e a relação direta desse uso com o aumento nos casos de suicídio na região.
Nas noites de 24 e 25 de janeiro, policiais militares do 1° Grupamento de Polícia Militar de Barreirinha, sob o comando do Tenente PM Gildo Assis, realizaram abordagens de rotina com o objetivo de garantir a segurança da população e prevenir ilícitos. Durante as ações, foi constatado que, entre os jovens abordados, todos – na faixa etária de 14 a 25 anos – admitiram o uso de substâncias psicoativas, sendo a maconha a mais relatada. Essa revelação escancara a profundidade do problema e reforça a necessidade de medidas urgentes e integradas.
O uso de drogas, sejam lícitas ou ilícitas, está diretamente associado a graves consequências para a saúde física e mental, especialmente entre os jovens. Substâncias psicoativas afetam o desenvolvimento cerebral, desencadeiam transtornos como depressão e ansiedade, e aumentam a vulnerabilidade ao suicídio. Em Barreirinha, o crescimento significativo nos casos de suicídio juvenil tem alarmado autoridades e especialistas, sendo que, na maioria dos casos, as vítimas possuíam algum envolvimento com drogas ilícitas.
Diante dessa realidade, torna-se indispensável a implementação de políticas públicas robustas e articuladas. Campanhas educativas, que expliquem os perigos do uso de drogas e promovam alternativas saudáveis de convivência e lazer, são fundamentais, sobretudo nas escolas. Paralelamente, é essencial que o município fortaleça sua rede de apoio psicossocial, ampliando serviços como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), além de garantir o acompanhamento contínuo para jovens em situação de risco.
Outro ponto crucial é o combate ao tráfico de drogas, que abastece o ciclo de vulnerabilidade e violência. As ações realizadas pelo 1° Grupamento de Polícia Militar de Barreirinha mostram a importância de operações regulares e bem estruturadas, como as conduzidas pelo Tenente PM Gildo Assis, para desarticular redes criminosas e reduzir o acesso às substâncias ilícitas. Contudo, a repressão ao tráfico precisa ser complementada por medidas preventivas e sociais, que ofereçam aos jovens melhores oportunidades e perspectivas de futuro.
As instituições locais, como escolas, igrejas e organizações comunitárias, devem unir esforços para criar uma rede de apoio efetiva, onde os jovens encontrem acolhimento, orientação e oportunidades de desenvolvimento. Além disso, a sociedade como um todo precisa romper o silêncio em relação ao consumo de drogas e ao suicídio juvenil, reconhecendo esses problemas como questões coletivas que demandam ação imediata.
Barreirinha não pode continuar perdendo sua juventude para as drogas e o desespero. A situação atual exige que poder público, instituições e sociedade se unam para construir um futuro onde os jovens possam viver com segurança, saúde e esperança. As abordagens de rotina realizadas pelo 1° Grupamento de Polícia Militar não apenas revelaram a gravidade do problema, mas também indicam que a luta contra essa epidemia silenciosa começa com a atenção e o compromisso de todos.