Na última segunda-feira, 15, o pecuarista Raimundo Souza de Andrade, de 64 anos, morador da comunidade Tutira, no Paraná do Ramos, foi vítima de uma agressão violenta por parte de três vaqueiros. O incidente ocorreu após os homens estarem em busca de uma recompensa devido ao desaparecimento de alguns búfalos.
Raimundo, conhecido na região como "Nego", procurou a equipe do Barreirinha em Destaque para relatar que tudo começou quando, ao chegar da igreja no último domingo, 14, sua esposa informou sobre um boi que havia invadido seu cercado. "Minha esposa me avisou que tinha gado no pasto, mas eu logo percebi que não era nosso", relatou. Depois de retirar o animal de sua área, ele foi informado por sua filha que o gado poderia pertencer a um empresário que havia perdido 15 cabeças e estava oferecendo uma recompensa por informações.
Imediatamente, Raimundo entrou em contato por telefone com o empresário para informar que havia encontrado os bovinos em sua fazenda. Ele se comprometeu a ajudar no resgate e transporte dos animais para que pudessem ser devolvidos ao dono. O gado estava nas proximidades da Fazenda Dona Marlene, conforme informado pelo pecuarista.
Raimundo relatou à redação do Barreirinha em Destaque que, na segunda-feira, ao retornar de um trabalho, foi informado que o empresário havia lhe ligado diversas vezes, mas, por estar fora da fazenda, não pôde atender. Ao retornar a ligação, foi informado de que um homem chamado "Carumbé" havia encontrado um gado próximo ao Parque de Exposições e iria levá-los para reunir com os demais animais. Até esse momento, tudo parecia normal.
Por volta das 17h e 18h do mesmo dia, Raimundo contou que, ao chegar na Fazenda Dona Marlene, avistou alguns vaqueiros com os animais desaparecidos. Entre os trabalhadores, estavam conhecidos da região, como João Lúcio, morador do Lago Grande, "Camarão" e o homem apelidado de "Carumbé". Segundo Raimundo, ao se aproximar dos vaqueiros, percebeu que estavam filmando os animais. Quando tentou conversar com eles, foi tratado de forma grosseira e insultado. "Eles começaram a me chamar de ladrão, velho safado, puxa-saco", relatou Nego, que tentou acalmar a situação, pedindo respeito. Mesmo assim, continuou sendo insultado e chamado de "ladrão".
A tensão escalou rapidamente quando um dos vaqueiros, identificado como "Carumbé", partiu para a agressão física. "Ele pegou uma vara grande e veio para cima de mim. Os outros dois também vieram, pegaram paus e me agrediram. Foram três contra um", relatou Raimundo, que se defendeu com um pedaço de pau. A vítima informou que o trio o atingiu no nariz, boca e costelas, e só pararam de bater porque outra pessoa suplicou para que parassem. "Após as agressões, fiquei no chão com muita dor. O trio de vaqueiros — Carumbé, João Lúcio e Camarão — foi embora em direção ao Lago Grande. Eles estavam atrás da recompensa pelo gado."
O pecuarista afirmou à equipe do Barreirinha em Destaque que, em nenhum momento, estava atrás de recompensa. Pelo contrário, ele ajudaria independentemente disso, pois faz parte da classe do setor primário e busca ajudar os colegas.
A violência resultou em ferimentos no rosto de Raimundo, que chegou a cuspir sangue e teve dentes quebrados. "Fui levado ao hospital e passei várias horas em observação, tomando remédios", afirmou.
Raimundo já registrou um Boletim de Ocorrência, mas a agressão deixou marcas não só físicas, mas também psicológicas. "Eu nunca tive problemas com esses vaqueiros, inclusive já ajudei o João Lúcio antes", lamentou.
Agora, o pecuarista teme por sua segurança. Questionado se acredita que os agressores possam voltar, Raimundo expressou preocupação. "Não sei o que eles podem tentar fazer, mas temo que algo pior possa acontecer", concluiu.
Por fim, Raimundo informou que os bovinos foram encaminhados ao empresário, causando-lhe prejuízos, pois invadiram sua plantação de bananas e danificaram o local.
* A equipe do Portal Barreirinha em Destaque deixa o espaço aberto para que os citados na matéria possam usar o veículo para se defender caso necessário.